Análise do
Documentário"O
Dia que durou 21 anos", de
Camilo Tavares, com apoio
da reportagem " O que
era
bom para o Brasil" da
revista
Carta Capital, sobre o
golpe
militar e
a intervenção dos
Estados Unidos da América
nesse processo conturbado
O texto a seguir mostrará, claramente, a verdadeira ideologia do
documentário: “O dia que durou 21 anos” mostrando que a intervenção dos Estados
Unidos na política brasileira contra João Goulart na década de 60 foi essencial
para o desenvolvimento de uma ditadura no Brasil em 1964. Além disso, o texto
abrange, de forma objetiva, um pouco da biografia do diretor do documentário
Camilo Tavares e a causa do despertar da vontade de Tavares executar esse
documentário.
Camilo Tavares, diretor do documentário O Dia que durou 21 anos, é
filho do jornalista a e ex- militante Flávio Tavares que foi um preso- político
trocado pelo embaixador Charles Burke Elbrick, sequestrado em 1969. Camilo
sempre procurou conhecer a trajetória e os conhecimentos do pai e por isso, leu
o livro de memorias do Flavio e se idealizou nele para fazer seu documentário.
Porém, Camilo Tavares achou uma pasta do pai que continha entre diversos
documentos um telegrama que levou aos arquivos de Washington que mostrava
alguns dos planos de intervenção na politica brasileira de João Goulart na
década de 60. A partir daí, então, a mente de Camilo foi iluminada de novas
ideologias e críticas mudando o filme de foco, conforme aborda a reportagem O
que era bom para o Brasil. Aos 41 anos, ele se dedicou por mais de cinco anos
ao projeto e, claro, contou com uma assessoria privilegiada.
O filme O Dia Que Durou 21 anos se centraliza na operação Brother Sam
que, basicamente, foi a intervenção dos EUA na política de João Goulart, pois
para os Estados Unidos, as ações de Jango vinha de ideologias comunistas
que fez do Brasil, um inimigo do capitalismo. Além disso, conforme abordava
Kennedy, presidente dos EUA, o Brasil poderia ser uma nova Cuba com ideais
parecidos com a de Fidel Castro ou de Juan Perón na Argentina. O embaixador
americano Lincoln Gordon alegava que o Brasil poderia se tornar uma China da
versão Ocidental.
Além disso, o filme aborda telegramas e áudios que revela a
turbulência do governo dos EUA muito preocupado com as ações vindas de João
Goulart, pois um novo governo comunista poderia espalhar novos ideais
socialistas ao redor do mundo.
É preciso ressaltar que, depois que Kennedy morreu, seu sucessor
Lyndon Baines Johnson nascido no Texas, continuou com a operação Brother Sam e
obteve diversos contatos com o chefe do Estado-Maior do exército brasileiro
Castello Branco para que fosse executado um golpe de Estado contra João Goulart
com o objetivo de conter quaisquer ações favoráveis à implantação de um governo
comunista. Além disso, diversas propagandas foram feitas como fonte de
alienação à sociedade alegando que João Goulart era um perigo democrático ao
Brasil.
No dia 1 de abril de 1964, Castello Branco e seus militares tomaram o
poder de Jango, começando um período de nebulosidade na nação brasileira com
repressão e falta de liberdade de expressão. Por mais que a marinha dos EUA
estava na fronteira brasileira, não foi necessária sua intervenção, pois o
golpe foi executado com êxito.
Jango, assim, saiu do poder com a ideologia de que se o Brasil
resistisse ao golpe, não seria possível deter as forças norte-americanas com
suas grandes potencias armamentistas.
Concluiu-se que os EUA aceitaram a implantação de uma ditadura no
Brasil, pois não havia mais um perigo comunista que pudesse mudar o panorama
capitalista e mundial da época. Além disso, “conforme a regra do capitalismo”,
a questão capital é mais importante do que a questão social.

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